Sem vitória por ippon: Galípolo vê desafio gradual para reduzir juros e inflação






Sem vitória por ippon: Galípolo vê desafio gradual para reduzir juros e inflação

O cenário econômico brasileiro, assim como uma luta de judô, não se ganha com um golpe só. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, vestiu sua faixa preta de economista na última quarta-feira (9) ao deixar claro que a magia necessária para baixar juros e inflação simultaneamente não será tão simplória. Em uma audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, Galípolo assinalou que não haverá “uma vitória por ippon” — uma bela analogia para explicar que não tem bala de prata ou milagre econômico à vista.

Remédio Eficaz? Sem pressa!

Diferente do Plano Real que trouxe um alívio no bolso dos brasileiros em apenas seis meses na década de 90, Galípolo comparou as complexidades atuais com uma caminhada, não uma corrida. Precisamos de uma “série de medidas“, ele afirmou, um eufemismo para “prepare-se para um longo e sinuoso caminho”. Na prática, quer dizer: segure-se que a inflação não vai morrer de um golpe e nem o juro baixar num ato só.

Durante a última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), que soa mais como uma sociedade secreta Jedi dos juros, a decisão unânime foi de manter a taxa básica, a temida Selic, em 15%. O Copom justificou que a economia dos EUA, qual primo rico desajustado, mantém um comportamento incerto que merece vigilância, especialmente para países como o Brasil. Ah, e enquanto falamos de cautelas, que tal mais uma carta para o ministro da Fazenda? Sim, Haddad vai receber outro bilhetinho sobre o descumprimento da meta de inflação, agora pela segunda vez. Não é como se 3% de meta fosse ambiciosa demais, é?

E o Petrodólar Nervoso?

Ainda temos todo o drama internacional que influencia o nosso show doméstico. O Oriente Médio mantém o mundo cativo com seus movimentos imprevisíveis em cima do tabuleiro global de petróleo. Incertezas ali impactam diretamente o que nós pagamos no posto de gasolina. Tão inescrutável quanto um diretor do Copom numa sexta-feira de folga, a influência imprevisível do preço do petróleo deixa nosso orçamento familiar em suspense.

O Que Vem Depois?

Galípolo deixou clara sua previsão de que o índice de preços ao consumidor (aquele que você sente ao fazer o supermercado) deve permanecer acima dos 5% em doze meses, quedando-se somente no intervalo dos sonhos — entre 1,5% e 4,5% — lá pelo primeiro trimestre de 2026. Ou seja: brasileiros, colem na bolsa da economia que a trilha é longa.

Por enquanto, os apaixonados por finanças e jurostango têm um encontro marcado para os dias 29 e 30 de julho, nas próximas reuniões do Copom. Enquanto a banda toca e nosso BC aprende passos novos nesse tango, nós só podemos esperar que nossos cartões de crédito não dancem tanto quanto os índices econômicos. Vencedores por ippon? Só o tempo dirá. E parece que ele não está com pressa.


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